sábado

ACTOS DOS APÓSTOLOS - Uma personagem


A personagem dos Actos dos Apóstolos sobre a qual nos debruçamos, no presente estudo, é chamada de Tabita, ou Dorcas, nome do grego do helenístico (isto é, da koiné), que significa “gazela”. A cultura hebraica já tinha anteriormente valorizado ayala, ayalah, ayalet que tem esse mesmo significado:
“Como um gamo é meu amado… um filhote de gazela (Ct 2,9)”.
“Antes que a brisa sopre e as sombras se debandem, volta! Sê como um gamo, amado meu, um filhote de gazela pelas montanhas de partilha (Ct 2, 17)”.

De olhar atrevido e tímido, a gazela é veloz, frágil, elegante e adorável. Na Tunísia, o vocábulo “gazela” é o mesmo que “mulher”.

A personagem do nosso estudo aparece no seguinte relato: At 9,36-42.

Há densidade na trama narrativa, na seguinte citação: At 9,40:
“Pedro, mandando que todos saíssem, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se então para o corpo, disse: “Tabita, levanta-te!” Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se”.

Tabita é uma presença feminina na Bíblia, mais precisamente nos Actos dos Apóstolos, com a beleza e a amorosidade de uma mulher que segue o Senhor Jesus. Tecelã, o seu modus vivendi consiste em atitudes e acções benignas, generosas e pacientes, as quais revelam um amor extremado.

Neste relato, o autor, através das palavras e acções de Pedro, mostra que Deus se preocupa com os seus discípulos e salva-os, dando-lhes uma vida nova, ao dar-lhes a ressurreição.

Há aqui ressonâncias veterotestamentárias com o Cântico dos Cânticos, e com foco no vocábulo “gazela”. A relação entre Deus e uma mulher chamada Tabita, ou seja, Dorcas é uma relação de amor. E esta relação é o protótipo de toda a relação de Deus com cada ser humano, homem ou mulher.

HELENA FRANCO
2007-09-29

sexta-feira

[actos]

Esta obra apresenta-se, pois, como um segundo volume da obra de Lucas, numa continuidade natural dos Evangelhos e como que registando o seu cumprimento - começa em Jerusalém, com os Doze, e termina em Roma com Paulo, como que a dizer que se realizou, pelo menos parcialmente, o programa de Jesus, no meio dos gentios (Act 28,25-28), cumprindo-se o início do livro: "Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo." (Act 1,8)

Os personagens centrais do livro são primeiramente Pedro, ao longo dos 12 primeiros capítulos, em perfeita continuidade com o seu papel nos Evangelhos; e Paulo, do capítulo 13 em diante [neste caso parece haver uma certa disparidade na sua personalidade quando comparada com as suas epístolas: o autor dos Actos não nos apresenta Paulo como um Apóstolo e com os mesmos direitos dos Apóstolos, apesar de Paulo reivindicar este título (Gl 1,17); para Lucas, o direito ao "apostolado" está ligado ao grupo dos Doze e ao testemunho directo e ocular de Jesus (Lc 1,2; Act 1,13.17.21-22); depois da visão de Damasco, Paulo é introduzido no grupo dos Doze pela mão de Barnabé; assim Paulo não é Apóstolo pela relação directa com o Ressuscitado, mas pela legitimação que recebe das "testemunhas oculares" de Jesus (Lc 1,2)] e sendo Paulo a personagem central da segunda parte, este livro coloca-se, naturalmente, entre os Evangelhos e as Cartas de Paulo no corpus neo-testamentário.

quinta-feira

Os actos dos apóstolos - resumo

O livro dos actos dos Apóstolos narra-nos os primórdios da Igreja primitiva após a ascensão de Jesus e a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Estes acontecimentos impelem-nos para a missão. O texto relata-nos a missão dos apóstolos, e de uma forma especial a figura de S. Pedro nos primeiros capítulos, a sua actuação, discursos e milagres, bem como a primitiva comunidade cristã que se estava a estruturar. Numa segunda parte, o autor fala-nos da figura de S. Paulo, fervoroso perseguidor dos cristãos. Uma vez convertido, passou a anunciar com grande zelo a Boa-Nova aos gentios, fundando Igrejas ao longo da Bacia do Mediterrâneo. Realiza várias missões apostólicas. Sofre várias perseguições e contrariedades. Por fim é preso em Jerusalém acabando por ser deportado para Roma. O autor deixa-nos em aberto o final, narrando-nos a constante perseverança e desassombro de Paulo no anúncio fervoroso de Cristo vivo e Ressuscitado por onde quer que passa e com quem se cruza.

terça-feira

A Salvação de Deus

Jesus sobe aos céus deixando, aos seus apóstolos, a missão de partir e proclamar o seu evangelho ao mundo. Chegara a hora de partir, deixar os caminhos conhecidos da Galileia onde haviam recebido os ensinamentos do Mestre e abrir novas sendas. O Messias há-de regressar, essa é a promessa, antes ainda, enviará o Espírito Santo de Deus que os guie, proteja e instrua na nova missão.
Os seus interlocutores, neste primeiro momento, os israelitas, recebem com surpresa esta comunidade nascente, mas aderem à mensagem pela graça do Espírito Santo, contudo, cedo surgem as primeiras questões entre as duas comunidades, apóstolos e fiéis são chamados a dar o seu testemunho, por vezes no sofrimento e na dor, sempre com a alegria de seguirem o Senhor.
Portadores de uma mensagem que urgia transmissão, Pedro, pedra da nova Igreja, toma a seu cargo os seus irmãos israelitas, Paulo, que de perseguidor se torna arauto, parte ao encontro de outros povos e regiões, pelo império trilho que o conduz a Roma. A mensagem tem assim dois portadores e dois destinatários típicos, Pedro aos Judeus, Paulo aos pagãos, tem também um caminho muito próprio, de Jerusalém para Roma, de uma realidade “local” para a capital do mundo conhecido. Cada um dos destinatários a recebe de forma muito própria sendo que surgem questões de interpretação que se tornam plataformas de elevação do Evangelho e da sua experiência humana para novos níveis de compreensão e vivência. As vicissitudes do caminho entre Jerusalém e Roma, peripécias entre o êxito e o fracasso convidam ao prosseguir do caminho para que todos conheçam a mensagem, a Salvação de Deus.

Os Actos dos Apóstolos

O livro dos Actos dos Apóstolos é constituída por vinte e oito capítulos, começa com um Prólogo mencionando a última aparição e acenção de Jesus. Por outro lado é apresentada a comunidade de Jesusalém e a eleição de Matias para substituir Judas. Portanto, segue o Pentecostes e o relato da actividade missionária da Igreja de Jerusalém, dirigido por Pedro, ou seja, a dos helenistas. Com Paulo o Cristianismo expande-se pela Àsia Menor sendo fundadas diversas comunidades. Finalmente, depois de serem contadas algumas premissas que explicam a missão universal como a conversão de Saulo, mas também a converção dos gentios e a fundação da Igreja de Antioquia. Paulo pelas viagens vai a vários lugares evangelizar, mostrando que o cristianismo capta-se pelo testemunho daqueles que seguiram Jesus. O relato centra-se na experiência missionária pelo o mundo gentio sendo agora o personagem central Paulo, assim terminado a narração com a chegada deste, prisioneiro, a Roma, vivendo em casa propria acompanhado por um soldado, a pregar aos romamos a Palavra de Deus.

Resumo - Actos

Em Actos dos Apóstolos – 2ª parte da obra lucana – o autor, dirigindo-se a Timóteo, refere-se ao conteúdo do seu primeiro livro. Após esta introdução narra, de forma muito viva, a descida do Espírito Santo, no Pentecostes, que vai impulsionar toda a Igreja nascente a proclamar o anúncio, dando-lhe ânimo e a força suficientes para enfrentar todas as vicissitudes.
A partir da 1ª comunidade cristã – a de Jerusalém – o Cristianismo ganhará a sua matiz universal, nomeadamente através das viagens missionárias dos Apóstolos que, entretanto, haviam imposto as mãos a sete homens escolhidos para os auxiliarem na evangelização: os diáconos.
Numa 1ª parte da narrativa, é Pedro que é realçado (capítulos 1-12); já nos capítulos 13-28, como figura central encontramos Paulo – o convertido Saulo – que, juntamente com Barnabé e Silas, bem como com outros discípulos, leva o Cristianismo “até aos confins do mundo”, sem, contudo, nunca se desligar da Igreja de Jerusalém – comunidade “modelo” que era assídua ao ensinamento dos Apóstolos, viviam fraternalmente, oravam e faziam a fracção do pão. Com a força do Espírito Santo – o verdadeiro protagonista de Actos – a Igreja nascente enfrentou perseguições, acusações do Sinédrio e martírios: caso de Estêvão.
Se Lucas não nos tivesse legado o livro dos Actos, não teríamos conhecimento da vida do cristianismo das origens, daí que este relato seja incontornável, pois é através dele que sabemos como se começou a estruturar a Igreja, como ia aumentando o número dos convertidos, os milagres e prodígios que, em nome de Jesus Cristo, os Apóstolos iam realizando. Lucas, ao evidenciar a actividade missionária de Paulo, refere as comunidades por ele “fundadas” tais como as de Filipos, Tessalónica, Corinto, Éfeso, Antioquia, entre outras.
O texto lucano não se apresenta como uma “narrativa fechada”, uma vez que, no capítulo 28, se refere que Paulo “permaneceu dois anos” em Roma e continuava a sua pregação “com o maior desassombro e sem impedimento”, não sendo indiciada a sua morte.

Apóstolos...Missão completa e a nossa!!!

Durante três anos da vida pública, Jesus começou com a fundação da Igreja. Ele começou a escolher os doze apóstolos e discípulos e entregou-lhes a sua missão (Mc 3, 13-16). Ele nomeou Pedro como responsável da comunidade (Mt 16, 18) e tornou-lhe como guardião da fé cristã (Lc 22, 31) entre novo povo de Deus. Ele torna os Apóstolos e discípulos como uma comunidade de testemunho (João 15,16) e prometeu-lhes o envio do Espírito Santo, que ajudará na realização da sua missão (João 16,13). Nesta realização da missão de Cristo encontramos grandes personagens, Pedro e Paulo. Pedro concentra a sua evangelização aos Judeus e Paulo torna-se Apóstolo dos Gentios (Gal 2, 7-8). Os Actos dos Apóstolos é um livro que segue os evangelhos e muito tem a ver com o evangelho de São Lucas. Algumas escolas dizem que Actos do Apóstolos é a segunda parte de evangelho de Lucas. De qualquer maneira no início de segundo século o livro de Actos dos Apóstolos já era um livro separado. Assim como o autor é São Lucas dedica uma grande parte do seu trabalho para são Paulo e são Pedro. Com algumas excepções S. Pedro domina os primeiros 12 capítulos e Paulo domina os restantes capítulos.
De ponto de vista geográfico, os Actos dos Apóstolos encaminha-nos de Jerusalém pela Judeia e da Samaria para Roma. Nos primeiros sete capítulos a concentração centra-se em Jerusalém, de capitulo oitavo e seguintes a Igreja enraíza-se na Judeia. Na Samaria e ao longo da costa. Do capítulo 13 adiante acompanhamos Paulo à Ásia Menor, à Grécia e finalmente no capítulo 28 a Roma ao palácio imperial, em outras palavras, no coração do mundo pagão.
Thumma Dayakar Reddy

Resumo - Actos dos Apóstolos

O Livro dos Actos de Apóstolos escrito por Lucas fala-nos dos acontecimentos depois da ascensão de Jesus, relatando-a como prólogo e elo de ligação com o Evangelho. Os apóstolos de Jesus entregam-se assiduamente à oração esperando o Prometido do Pai (com algumas mulheres, entre as quais a Mãe de Jesus). O Espírito Santo surge na festa do Pentecostes como a grande primícia da obra dos seguidores de Jesus. Com desassombro e animada pelo Espírito, a igreja, apesar dos grandes obstáculos com que se depara, vai progredindo em Jerusalém, aumentando de dia para dia os seus seguidores. Pedro assume a cabeça da igreja, como o próprio Jesus lhe havia confiado e anuncia-se a Palavra de Jesus e faz-se o baptismo. Operam-se grandes milagres nas mãos dos apóstolos e surge uma comunidade modelo em Jerusalém. Numa segunda parte, se lhe podermos chamar assim, há como que uma expansão da igreja fora de Jerusalém, onde surge uma personagem bastante importante: Paulo. Outrora perseguidor, depois de convertido faz várias viagens missionárias espalhando o evangelho de Jesus pelo império Romano, chegando até Roma. Paulo passa por grandes tribulações e perseguições e mesmo pelo cativeiro. A boa nova estende-se assim aos gentios e surgem vários núcleos de cristãos no império. Alude-se também ao primeiro concílio da Igreja, onde se discute o problema dos gentios convertidos ao cristianismo, onde assumem particular interesse as intervenções de Pedro e de Paulo. É de salientar que os actos dos Apóstolos revelam que o Espírito, o Prometido do Pai, é o grande protagonista da expansão da boa nova de Jesus, expansão esta, a várias vozes (vários personagens).

Domingos Pedro

zeferino -resumo Actos

O livro dos Actos dos Apóstolos é a segunda parte dos relatos de S. Lucas referentes a vida e as obras de Jesus. A presença de Cristo muda fundamentalmente a partir da ressurreição e ascensão. Por isso Jesus já não é visto de forma humana, mas ele se torna presente no meio dos discípulos através do Espírito Santo.
Os Actos dos Apóstolos apresentam-nos o anúncio da boa nova de Jesus ressuscitado. Os Apóstolos são chamados a anunciar até Roma. Assim temos a ideia de caminho, então crer é também caminhar na fé. Em (Actos 1´8) vemos que o Espírito Santo descerá diante dos Apóstolos. 1Cor 15,3-8, ali encontramos a certeza de que Jesus está vivo porque ele faz-se ver, torna –se presente aos discípulos e as outras pessoas.
Fundamentalmente, é o Espírito de Deus que torna o anúncio possível e não apenas a força dos Apóstolos. Nos Actos encontramos ainda o sentido de perseverança, quer dizer que o anúncio de Cristo ressuscitado tem a ver com a perseverança cf. Actos 2´42. Todos os crentes estão unidos a Cristo; de modo que, a vida cristã começa com a única confissão de fé: “Deus o constituiu Senhor e Cristo”. A vida cristã é antes de mais um acto de fé na pessoa de Jesus Cristo ressuscitado.
Os Apóstolos são chamados a ir em missão em nome de Jesus para que todo o ser humano seja baptizado em nome de Cristo. Eles são chamados a pregar, proclamar publicamente o Evangelhos a todos que não o conhecem; e o Evangelho é antes de tudo um acto de Deus, é uma obra redentora.
A Igreja nasce da acção salvadora operada por Jesus e anunciada ao mundo pelos apóstolos. É no interior do testemunho dos Apóstolos que se encontra toda a verdade que salva.

segunda-feira

Agente Ruah-Dabar

Num policial comum, à boa maneira dos grandes cineastas, somos transportados na teia da investigação, presos por fios de Ariadne à locomotiva que viaja desde o crime ao desfecho (in)justo. Apesar de neste último residir o suspiro aliviado, é na “viagem-trama(da)” que tudo nos é contado, que tudo vai sendo desvelado, que tudo é, imprevisivelmente, criado. Apreciamos mais a viagem a que nos convida o autor, do que a sua consumação mais ou menos prevista.

“Agente Ruah-Dabar”, não tendo sido nomeado para melhor actor, é o personagem central e genial do clássico Actos dos Apóstolos. Entendendo a obra como uma viagem, Ruah [Espírito] é o agente que está por detrás das origens e da estruturação da Ekklesia de Jerusalém, ainda ligada ao Templo e à Lei, anima os cristãos durante as perseguições e move-os para Antioquia, converte Paulo e fá-lo ocupar o vazio “protagonístico” deixado na morte de Pedro, move Paulo e Barnabé na conversão dos pagãos, cria novas Ekklesiai no caminho de Roma, suporta o confronto com a cultura helénica e com as autoridades do império, entra, com Paulo, no coração do Império. Entendendo a obra como comunicação de uma Notícia, Dabar [Palavra, como espírito-dito] age em todos os personagens e pelos personagens. Cumprindo o objectivo inicial do livro: ser testemunha de Jesus até aos confins do mundo.
É no binómio espírito-palavra que tudo se joga e onde tudo se esclarece.

Resumo do Livro dos Actos dos Apóstolos

O livro dos Actos dos Apóstolos relata os primórdios do cristianismo e tem como protagonistas o apostolo Pedro e o décimo terceiro apóstolo, Paulo. Julga-se que tenha sido Lucas, autor do 3º evangelho, o autor deste livro, ainda que não se tenha uma certeza.
No início, o relato situa-se na cidade de Jerusalém, para posteriormente se ir dirigindo, progressivamente em direcção a Roma. Assim, a primeira parte relata a vida da recém nascida comunidade dos cristãos de Jerusalém, com o seu guia Pedro, para depois descrever as viagens dos vários apóstolos e cristãos em evangelização ao longo do ocidente, médio oriente e oriente. Termina, então, com as viagens de Paulo, em que este, tem como ultimo destino, Roma.
O livro inicia com o episódio ascensão de Cristo aos céus, e a posterior descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes. Pedro assume um papel de relevo em Jerusalém, o que se traduz pela descrição de vários acontecimentos que o têm como protagonista.
Também é relatada a história da conversão de Saulo, o soldado romano que persegue a comunidade de cristãos no império romano, mas que após uma revelação de Cristo ressuscitado, converte-se e muda de nome para Paulo, e, torna-se num dos mais importantes apóstolos do inicio do cristianismo, tal como é relatado no livro dos actos dos apóstolos.
Salienta-se também muitas outras personagens que pertence a esta época de crescimento da Igreja de Cristo, entre as quais Estêvão, considerado como o primeiro mártir da história do cristianismo.
Para concluir, o livro dos Actos revela-se para muitos que o lêem, como a vivência autêntica da fé cristã, sendo por isso fonte de sabedoria, quer na sua teologia doutrinal ainda com traços judaicos e helénicos a libertar-se para o mundo neste inicio do cristianismo, quer na sua teologia prática, de vida comunitária e espiritual.

Os actos que desconhecemos

Os Actos dos Apóstolos começam com uma referência a Teófilo, destinatário dos Actos, um dos elementos de inclusão da obra lucana.
A narração começou com a Ascensão de Jesus e em seguida o Pentecostes onde se inicia uma viagem sem retorno, ou seja, através das personagens de Pedro e de Paulo podemos vislumbrar duas partes nos Actos, mas o Espírito Santo encarrega-se de diluir este destaque, proporcionando às acções das várias personagens de Actos momentos de mudança de vida, de mentalidades e momentos de aumento exponencial em relação à comunidade cristã que adere à Palavra proclamada.
Em Actos a presença do Espírito Santo é omnipresente, mas também as dificuldades por que passam as personagens que se evidenciam. Pedro e Paulo com prisões e com a diversidade de comunidades que conhecem e acompanham.
O livro Actos dos Apóstolos é uma obra e uma comunidade em constante crescimento que faz lembrar aos que a constituem que o Espírito Santo é a alma, o hálito e o perfume de toda a vida.

Resume dos Actos

Os Actos dos Apóstolos apresentam a actividade dos apóstolos, esta actividade dá origem às primeiras comunidades cristãs, à expansão da Igreja.
A missão dos apóstolos é pregar o evangelho, primeiro em Jerusalém e na Judeia com Pedro, e mais tarde com Paulo ao mundo greco-romano.
Desta forma os Actos dos Apóstolos mostram que a salvação não só inclui os judeus, mas todos: é universal. É só numa segunda etapa, com Paulo, que a Boa Nova chegará aos não judeus, aos gentios.
A necessidade da expansão do cristianismo é conduzida por um caminho que leva até Roma. É um caminho cheio de peripécias, dor, sofrimento e com diversas crises, mas também um caminho acompanhado pela força do Espírito, desde o Pentecostes, relatado no 2º capítulo. O Espírito anima e ajuda a Igreja a fazer caminho e a lançar-se na pregação da vida, morte e ressurreição de Jesus. O anúncio do Kerigma levou a que pouco a pouco começassem as primeiras conversões.
Os actos dos Apóstolos mostram como a Boa Nova é pregada. Primeiro aos judeus de Jerusalém. Nos Actos todos os primeiros convertidos são judeus da Palestina, depois aos judeus não ortodoxos: helénicos, e finalmente aos gentios com a conversão de Cornélio. Os actos vão sublinhar que os pagãos não necessitam da circuncisão para alcançar a salvação.
Foi a partir do martírio de Estêvão, descrito no sétimo capítulo, que se deu realmente a expansão do cristianismo. Mais tarde a conversão de Paulo, um fariseu de Tarso, marca outro momento importante nos Actos. Com Paulo o cristianismo expande-se pela Ásia Menor sendo fundadas diversas comunidades. Um momento importante foi a sua passagem por Atenas e o discurso no Areópago. Na sua pregação, Paulo declara que Jesus ressuscitou, este facto leva a que Paulo seja diversas vezes acusado, perseguido e preso.


Anabela Neves Rodrigues

domingo

Resumo dos Actos

Depois de resumir o seu primeiro livro, no qual se conta a vida e paixão de Jesus, suas aparições aos discípulos após a morte e sua ascensão aos céus, o autor narra a vida da primeira comunidade em Jerusalém. O Espírito Santo desce sobre os cento e vinte reunidos em oração, no Pentecostes, e começam a anunciar a ressurreição de Jesus como Senhor e Cristo, e a salvação no seu Nome, através do Baptismo. O crescimento da comunidade, o anúncio da Boa Nova e os milagres feitos pelos Apóstolos indispõem muitos chefes dos judeus, que perseguem os Doze; mais tarde, Estêvão é apedrejado até à morte, o que leva à dispersão dos irmãos pela Judeia, Samaria, Galileia, e até Antioquia. Um dos principais perseguidores, Saulo, converte-se após Jesus lhe aparecer. Pedro será o primeiro a levar a Boa Nova aos gentios, em Cesareia, a qual é confirmada pela descida do Espírito Santo sobre eles. Saulo-Paulo e Barnabé retomarão, na Ásia Menor, essa missão, ao constatarem a incredulidade dos judeus e que o Espírito a isso os enviava, sendo perseguidos por israelitas e discípulos judaizantes. Os Apóstolos decidem que aos gentios convertidos se deve exigir somente a abstenção das carnes sacrificadas aos ídolos, das carnes sufocadas, do sangue e das uniões ilegítimas. Paulo separa-se de Barnabé e prossegue a missão com Silas, e mais tarde com Timóteo e com o autor, indo evangelizar a Macedónia e a Acaia. Regressando a Jerusalém anos depois, dá-se uma revolta dos judeus contra ele, devido à evangelização dos pagãos, sendo protegido pelo tribuno, dada a sua cidadania romana. Falsamente acusado pelos judeus, e apelando para César, é enviado para Roma. Depois de muitos perigos, chega a Roma, onde permanece dois anos, pregando a judeus - muitos dos quais o rejeitam - e gentios.

Em poucas linhas...


Os “Actos dos Apóstolos” iniciam-se com o relato das aparições de Jesus, que culminam na ascensão preanunciado a sua última vinda. Jesus ordenou aos Apóstolos que não saíssem de Jerusalém, e assim, esta comunidade crente, procurava estruturar-se como verificamos na substituição de Judas por Matias. Lá, juntamente com Maria, Mãe de Jesus, recebem o Espírito Santo, que os impulsionou com entusiasmo a anunciar Jesus e a realizar milagres. A comunidade crescia, permanecendo firme mesmo enfrentando as perseguições movidas pelo Sinédrio e até a morte, como acontece a Estêvão, um dos sete escolhidos para a diaconia.
Entretanto, Saulo (ou Paulo), que era um defensor da tradição judaica, vê uma luz, que é Jesus, a quem ele persegue e integra-se na comunidade crente. Por outro lado, Pedro vê-se impelido a entrar no mundo dos gentios visitando Cornélio, um centurião romano, onde percebe que o Espírito Santo também é para os gentios. Estes momentos inserem-se na discussão acerca das fronteiras da Igreja, pois foi grande o sucesso da missão de Barnabé e Paulo, culminando no concílio de Jerusalém. Paulo, desentende-se com Barnabé, mas continua as suas viagens com Silas, anunciando Jesus vivo, operando milagres e conversões. Atravessa a Ásia Menor, indo a Filipos, a Tessalónica, a Beréia, Corinto, Éfeso, Antioquia… e Atenas onde fala no Areópago. Enfrentando várias perseguições, acaba preso em Jerusalém e é deportado para Roma. Durante a viagem acaba por permanecer algum tempo em Malta devido a um naufrágio. Uma vez chegado a Roma, estando preso em sua casa, volta a dar testemunho do Reino junto dos judeus afirmando que o Reino também é acessível aos gentios.

Resumo dos Actos dos Apóstolos

Os Actos dos Apóstolos iniciam-se com a narração da ascensão de Jesus, que serve de introdução à obra. De seguida contam-se os acontecimentos vividos pela comunidade de discípulos em Jerusalém (que culminam com o Pentecostes), explicando-se o seu estilo de vida. A partir daí uma personagem do grupo dos doze começa a ganhar destaque: Pedro. No episódio da morte de Estêvão, para além de se apresentar a personagem Saulo (determinante no futuro desenrolar da história), a acção muda de locus, passando a partir daí a mudar velozmente de cenário. Segue-se a narração de acontecimentos relacionados com a actividade de Pedro: as suas viagens, discursos, milagres, etc. Com o capítulo treze inicia-se o relato das viagens missionárias de Paulo. Estas levaram-no a diversos locais (como Chipre, Antioquia, Macedónia, Atenas...) com diversos companheiros (como Barnabé, Silas ...). Fazem parte das aventuras de Paulo durante a sua actividade de anúncio o confronto quer com judeus quer com pagãos, algumas conversões, discursos, conspirações, etc. Os sete últimos capítulos do livro narram todas as peripécias sucedidas com Paulo na condição de prisioneiro, sendo a última delas a sua viagem até Roma, onde termina a história.

Resumo dos Actos dos Apóstolos

Os Actos dos Apóstolos, numa linha espiritual e cronológica, reflectem sobre o crescimento e a expansão da Igreja sob o dinamismo do agente principal, o Espírito Santo, que torne viva e eficaz a Palavra de Deus. Às palavras programáticas de Jesus ressuscitado – mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo (Act. 1, 8) –, os Apóstolos iniciaram o anúncio da boa-nova de Jesus.
Os actos mostram, numa fase inicial, a Igreja das origens, com o seu epicentro em Jerusalém numa continuação da história e das instituições de Israel mas, com Paulo, a Igreja, paulatinamente, torna-se universal, assumindo assim autonomia e distância relativamente ao judaísmo. Com isto, a salvação de Deus, prometida pelos profetas e tornada efectiva na pessoa de Jesus, é levada a todo o homem graças ao testemunho dos enviados e ao caminho que encetaram. E, não obstante as dificuldades e as perseguições, estes homens de Deus, movidos pela força do Espírito, apelam à adesão a Cristo – o caminho, a verdade e a vida – efectivada no baptismo e desenvolvida dentro de uma comunidade que tem o seu ideal nas primeiras comunidades – eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. (Act 2, 42)

Actos dos Apóstolos

A importância e o interesse do livro dos Actos Dos Apóstolos no NT são de evidência palmar. Trata-se não apenas da narrativa das origens cristãs – nascimento e expansão da Igreja – mas também do quadro histórico em que se coloca a maior parte das Epístolas de são Paulo. Estas, por outro lado, completam não poucas vezes os Actos, os quais não têm de forma nenhuma a pretensão de ser uma biografia das próprias personagens, inclusive Paulo, que é no entanto o protagonista inconteste da segunda parte (capítulos 13-28). Mas o verdadeiro protagonista dos Actos é o Espírito Santo, que dá forma à Igreja de Jesus e a guia à conquista do mundo.
Os Actos Dos Apóstolos constituem a segunda parte da obra de Lucas. O Lucas é o mais “moderno” dos evangelhos. Da sua cultura grega o autor conserva o gosto pela clareza. Maneja com uma certa elegância a língua grega comum (ou Koiné) então falada. Mas é também capaz de imitar a língua de Bíblia grega, muito matizada de expressões semíticas. Desde muito cedo, foram considerados Escritura Sagrada, sendo lidos na liturgia da Igreja como memória e norma de fé. Nos Actos Dos Apóstolos a Igreja viu um guia precioso e um estímulo exemplar para a vida dos cristãos.
O livro divide-se em duas grandes partes: 1-12 (Actos de Pedro) e 13-28 (Actos de Paulo). Um dos pontos fundamentais na trama literária dos Actos é a passagem do judaísmo para o cristianismo. Os primeiros cristãos que eram judeus, deviam dar “um Salto” da convicção da salvação pela Lei para a salvação pela fé em Cristo.

--Daivadas V Thomas

Resumo

O livro dos Actos dos Apóstolos começa com a ascensão de Jesus para o Céu e a missão que deixa aos apóstolos de serem Suas testemunhas pela força do Espírito Santo. Assim começa o trabalho que fazem marcado pela oração (1,14) e pelas qualidades mais mencionadas de desassombro, coragem e alegria (5,14). Não é um caminho livre de perigo e dificuldades, como se vê logo quando Pedro e João são presos e "pensaram a sério em matá-los" (5,33). Apesar das dificuldades, a comunidade cresce e alarga-se. São escolhidos sete diáconos, o primeiro dos quais, Estevão, é apedrejado e morre, oferecendo o seu espírito a Jesus. Um dos perseguidores de cristãos chamado Saulo (Paulo), presente na morte de Estevão, converte-se depois de ter uma visão a caminho de Damasco e o relato das suas missões é descrito a partir do capítulo 13. A evangelização dos pagãos já tinha começado com a conversão de Cornélio por Pedro (cap. 10), mas Paulo vai ainda mais longe, dizendo que os judeus rejeitaram o evangelho, destinado primeiramente a eles, e por isso dirige-se aos pagãos (13,46). Quando Paulo cura um coxo, provoca muito conflicto e é apedrejado mas sobrevive. Embora haja dificuldades, Paulo mantém sempre a coragem e o Senhor diz-lhe numa visão "nada temas" (18,9). Aceita livremente as tribulações que lhe esperam (21,13) e caminha para Jerusalém, onde é preso sem razões e levado para Cesareia onde fica durante dois anos. Depois de ter apelado a César, Paulo é levado a Roma de barco, demorando-se três meses na ilha de Malta devido a uma tempestade. O livro acaba com Paulo preso em Roma e com um forte sentido de missão, pois continuou a receber visitas e a evangelizar "com o maior desassombro" (20,31) de sempre.