sábado

Livro dos actos dos Apóstolos – História?


Define-se História como estudo e narração sistemática do passado, dos factos (sociais, económicos, políticos, intelectuais, etc. ) considerados significativos
A par disso, como nos diz José Mattoso a história tenta “exprimir o indizível” e pode ser abordada sobre várias dimensões, dependendo do olhar do historiador perante a realidade. Como afirmam alguns autores, a História toda ela é reconstrução, nunca é uma pura descrição dos factos (história não são os acontecimentos directos). Nunca se escreve sem um ponto de vista e toda a história é um ponto de vista que não exclui os outros. Há sempre uma verdade que o autor trabalhou e interpretou (há sempre uma interpretação feita pelo historiador), mas é uma coisa inerente à própria história. Henry Marrou diz que um ponto de vista, uma visão tem carácter histórico se tiver bem fundada na realidade. Assim podemos ter uma visão política, económica, social, cultural…
Em primeiro lugar, convém afirmar que as narrações e os discursos dos Actos dos Apóstolos estão bem fundados na realidade: concordam com o quadro do Evangelho e das Cartas de Paulo. Por outro lado, também são confirmados pelos dados da História e da arqueologia, o que confere à obra valor histórico. Os exames históricos são, com efeito, favoráveis à veracidade do livro e permitem uma cronologia bastante segura das origens cristãs.
Qual o olhar do autor dos Actos para a realidade? Com certeza a visão histórica do livro aparece integrada numa visão teológica. Paul Ricoeur distinguiu três tipos de História: documentária, explicativa e História poética e fala da Teologia como intrínseca à visão historiográfica poética (aquela que relê o passado em relatos fundadores, história identitária que permite à sociedade construir-se a si própria). Sem dúvida que o autor dos Actos dos Apóstolos, vê a História do mundo como uma História de Salvação que tem Deus como autor principal. Sendo assim, para ele, é o Espírito o grande autor do nascimento, do crescimento e sustentação da igreja num jogo de vontade de Deus e liberdade humana que permanece um mistério. O autor atribui muita importância ao tempo presente, como memória e imperativo da fé em Cristo Ressuscitado.
A crítica moderna contrasta os Actos dos Apóstolos com o que se pode conhecer da época através de outras fontes. Prestando atenção a pequenos pormenores do livro, tentam indagar acerca do objectivo do autor e chegam à conclusão que o livro não é uma simples crónica histórica dos acontecimentos. Sendo certo que muitos críticos puseram em causa a própria historicidade dos relatos e embora não sendo, como afirmam, uma simples crónica história, isso só por si não tira valor à obra. O livro dos Actos dos Apóstolos dá um grande contributo à história pela sua visão teológica dos acontecimentos, num mundo muito marcado pelo racionalismo e muitas vezes pouco aberto ao mistério.
Se me permitirem a ousadia de uma pergunta de um mero estudante de Teologia, não será a Bíblia (inclusive os Actos dos Apóstolos) a História com H grande, a História por excelência?

Domingos Pedro

Em que medida podemos considerar o Livro dos Actos dos Apóstolos como uma História?

No livro dos Atos dos Apóstolos, não há dúvidas de relevância deste projecto histórico: Lucas quis fazer uma história. Lucas foi certamente um observador rigoroso na época apostólica. Alguns historiadores afirmam que até ao século XIX, o Livro dos Actos reunia um consenso enquanto livro de história, mas depois surgiu uma ruptura no interior do próprio NT (Act 15, 1-35; Gal 1, 13 - 2,21). O De Wette por exemplo, afirma que os Actos são parcialmente falsas de ponto de vista histórico. Esta crítica não é totalmente gratuita, pois como pode o Livro dos Actos ser um livro histórico se Paulo faz um combate feroz à Lei nas suas cartas e aqui essa tensão não se apresenta, e está totalmente ausente? Como é que o Livro pode ser histórico se ele é apenas uma deslocação do cristianismo nascente de Jerusalé para Roma, omitindo a expensão do Cristianismo a oeste e para o sul? Os historiadores não são unânimos: alguns pensam que Lucas quis fazer uma apologia do cristianismo nascente, outros afirmam que é naife, uma manipulação da história.
De qualquer forma, não há história "sem mediação de uma interpretação feita pelo historiador; Todo o dircurso histórico é um relato e como tal constrói-se a partir de um ponto de vista. A historiografia é reconstruttiva em função de uma lógica, e não descritiva.. Neste sentido, existe uma teoria antes da história que a permite fazer ou contar. A história é antes de tudo um discurso aberto e complementar.
No livro dos Apóstolos, não se verificam claramente os três seguintes tipos de história (história documental; história explicative; história em sentido forte), pois a história poética por exemplo está disseminada no interior do relato. Em Ac 16, 6-10, por exemplo, Deus intervém no relato. É uma história em que se reflecte a própria vontade de Deus. Pôr por escrito esta história, significa, reconstruir esta experiência. Enquanto história, os Actos são uma memória e reconstrução teológica. A preocupação de Lucas é ancorar a sua narrativa na história profana do próprio império (ancorar o relato na própria realidade).
A história é um significando que remete a um significado. Como esta definição, tudo pode ser histórico para um historiador ou um escritor. Lucas coloca-se nesta linha.

Postado por Max Armand Hugues TANGA

Livro dos Actos dos Apóstolos: a personagem de Gamaliel

No Livro dos Actos dos Apóstolos, Gamaliel aparece só uma vez, em Actos 6, 35-39.
1) Intervenção do Gamaliel: v.35: "... Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens! v.36: "nos últimos tempos, apareceu Teudas, que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados a nada. v.37: "depois dele, apareceu também Judas, o Galileu, nos dias do recenseamento, e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente, e todos os seus adeptos foram dispersos. v.38: "E, agora, digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos hoemens, esta obra acabará por si própria; v.39: "mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los, sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus."

2) A personagem
Gamaliel I foi mestre de S. Paulo em Jerusalém. Ele era herdeiro do pensamento de Hillel e fariseu de tendência liberal e mais humana na interpretação da Lei.
Podemos dizer que Gamaliel é uma personagem que suscita a simpatia. Ele é também um homem corajoso, transparente, directo, e sobretudo, justo e clarividente, e esta afirmação verifica-se nos versículos 35 e 38: "Homens de Israel, tende cuidado ...." O versículo 35 mostra muito bem que o Gamaliel era um grande conhecedor da história do povo de Israel e um "profeta". Gamaliel é também um homem de forte personalidade, capaz de exprimir publicamente as suas convições, sem nenhum medo. é um homem livre, v. 38: "E agora eu vos digo. Ele fala aqui na priemeira personnagem no singualar, símbolo de autoridade e de liberade. O gamaliel é finalmente alguém que teme a Deus, e tem como preocupação, servir a Deus na verdade e liberdade, v. 39.
Podemos concluir, afirmando que Gamaliel era um "discípulo anónimo" de Jesus e foi certamente marcado pela pregação dos Apóstolos, e podemos verificar esta afirmação nestas palavras de Jesus: "Quem não é contra nós é por nós".

Postado por Max Armand Hugues ATANGA

quinta-feira

Cornélio, o Centurião Romano

A personagem que escolhi é Cornélio, que aparece oito vezes no relato dos Actos dos Apóstolos, sempre no capítulo 10 (versículos 1, 3, 7, 22, 24, 25, 30, 31).
Sobre Cornélio sabemos algumas coisas que o próprio relato nos apresenta. Cornélio vivia em Cesareia (Samaria), que era a residência dos Procuradores romanos e o quartel geral das legiões romanas da região. De facto Cornélio era centurião romano (da corte itálica), ou seja, um chefe militar que comandava cem homens. Sendo romano, era próximo do judaísmo, como indicam as expressões “piedoso” e “temente a Deus”, e também a referência às suas práticas de oração e à esmola (v. 4). Segundo uma visão dum anjo do Senhor, mandou dois criados e um soldado, a Jope chamar Simão, de sobrenome Pedro, que os acompanhou, também segundo uma visão do Senhor, para que Cornélio pudesse ouvir as suas palavras. Foi em casa de Cornélio, onde estavam reunidos alguns seus amigos e parentes, que Pedro reconheceu que Deus não faz acepção de pessoas (v. 34) e fez um anúncio da Boa Nova de Jesus, o ungido de Deus, que morreu e ressuscitou, e que concede a remissão dos pecados a todo o que n’Ele acredita. Desceu então sobre eles o Espírito Santo, o que surpreendeu os fiéis circuncisos que acompanhavam Pedro. Este, vendo isto, ordenou que fosse baptizado Cornélio e todos os outros, e permaneceu com eles mais um tempo.

Estêvão, o primeiro mártir do cristiamisno

Estêvão
O nome deste personagem aparece em oito versículos dos Actos dos Apóstolos. O testemunho de vida dele é de uma empatia enorme, sobre tudo para quem, realmente, decidiu viver para Cristo. Estêvão é a divisão entre os que crêem e os que renegam a Cristo, os judeus. Ele foi aquele que marca ruptura entre o cristianismo e judaísmo; o Santo foi martirizado pelos judeus acusado de blasfémia sendo apedrejado por isso.
Estêvão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o grupo dos sete.
Passo a citar as passagens do Livro dos Actos onde aparece Estêvão:
«A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia (Act 6, 5)».
«Cheio de graça e força, Estêvão fazia extraordinários milagres e prodígios entre o povo (Act 6, 8)».
«Ora, alguns membros da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão (Act 6, 9)».
«Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão (Act 7, 54)».
«E, enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (Act 7, 59)».
«Entretanto, homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações (Act 8,2)».
«Entretanto, os que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até à Fenícia, Chipre e Antioquia, mas não anunciavam a palavra senão aos judeus (Act 11, 19)».
«E, quando foi derramado o sangue de Estêvão, tua testemunha, também eu estava presente, de acordo com eles, e tinha à minha guarda as capas dos que lhe davam a morte (Act 22, 20)».

Arlindo Tavares

quarta-feira

“Homem cheio de fé e do Espírito Santo” (Act 6; 7; 8, 1-3; 11, 19; 22, 17-21)

Eleito pelos apóstolos como um dos sete homens “de boa reputação e cheios do Espírito e de Sabedoria” (Act 6, 3) para servir às mesas, Estêvão movia massas pelo seu zelo apostólico e pela sua elquência como helenista, o que levou ao conflito com o judaísmo que lhe tramaram a sua morte, sobretudo depois do seu discurso sobre a história da Salvação. Fora liquidado fora de Jerusalém, por volta do ano 31-32 d.C, conforme o costume judaico – a lapidação - e não de acordo com o processo romano, facto possível porque nesta altura o cargo de prefeito romano estava vacante. Segundo a tradição, as relíquias do santo foram encontradas em 415 pelo sacerdote Luciano e a 26 de Dezembro transferidas para Jerusalém, para a Igreja de S. Sião, altura da sua festa. Mais tarde, o bispo Juvenal construiu uma basílica sobre o suposto lugar da sua lapidação. O seu exemplo de vida, aliado ao facto de ser a primeira narrativa hagiógrafa do Novo Testamento, fizera de Estêvão uma figura-modelo do ser cristão. Com esta convicção se expressaram Gregório de Nissa, Astério de Amáseia e Basílio de Selêucia.

terça-feira

Pedro.

O Pedro nos Actos é personagem principal durante os primeiros 12 capítulos e depois aparece no cap.15 na controvérsia de Jerusalém 15. 5.
1. 13. Jerusalém-O grupo dos Apóstolos.
2. 1-13-Relato de Pentecostes.
2. 38-"Convertei-vos"-Discorso, apelo à conversão.
3. 1- Cura do alejado no Templo.
3. 11- Discurso no Templo.
4. 1- Discurso diante do Sinédrio.
5. 15-Relatos da cura.
5. 29- "Obedecer a Deus e não aos homens".
5. 34-42- Gamaliel.
8. 20-24- Pedro e Simão, o mago: "Comprar o dom de Deus".
9. 32- Paralítico em Lida.
9. 39-43- Tabita.
10. 6-48- Pregação aos gentios.
11. 1-18- Justificação em Jerusalém.
12. 1- Libertação da prisão. Parte para o desconhecido 12. 17.
Resume dos AA.

Para o Teófilo.
1. Jerusalém. A ascensão. "Não compete a vós conhecer os tempos e os momentos. Recebereis a força do Espírito Santo. Sereis minhas testemunhas até aos confins da terra".
I. A Igreja de Jerusalém. Matias.
2. Pentecostes. Jesus-"Deus o constituiu Senhor e Cristo".
4. Pedro e João diante do Sinédrio. "Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (4. 12).
5. "É preciso obedecer antes a Deus que aos homens" (5. 29). Pedro no Sinédrio.
"Se o seu intento ou a sua obra provém dos homens, destruir-se-á por si mesma (38); se vem de Deus, porem, não podeis destruí-los. Não aconteça que vos encontreis movendo a guerra a Deus" (5. 39). (Gamaliel).
II. As missões.
Estêvão: "Ouvimo-lo pronunciar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus" (6. 11).
Apedrejamento de Estêvão. Saulo estava de acordo com a sua execução (8. 1).
Simão o mago. "Pereça o teu dinheiro, e tu com ele, porque julgaste poder comprar com dinheiro o dom de Deus" (8. 20) (Pedro).
9. Vocação de Saulo.
10. Pedro em casa do centurião romano-"Também aos gentios Deus concedeu o arrependimento que conduz à vida" (11. 18).
III. Concílio de Jerusalém.
Aquele a quem Deus ressuscitou, não experimentou a corrupção (13. 37).
15. "Se não vos circuncidardes segundo a norma de Moisés não podereis salvar-vos" (15. 1). Discurso de Pedro, Barnabé e Paulo. Carta Apostólica.
IV. As missões. Paulo.
Discurso no Areópago. Inscrição: "Ao Deus desconhecido" (17. 23).
V. Fim das missões. Paulo.`
Éfeso. "Agora estou certo de que não mais vereis minha face" (20. 25).
Jerusalém. "Vai, porque é para os gentios, para longe que quero enviar-te" (22. 21).
27. Partida para Roma. "Aos gentios é enviada esta salvação de Deus. E eles a ouvirão" (28. 28).

Quem foi Estêvão?

O nome de Estêvão aparece apenas 7 vezes no NT todas elas no livro dos Actos dos Apóstolos (6.5; 6.8; 6.9; 7.59; 8.2; 11.19; 22.20). De acordo com a narração dos Actos (6, 1-8), Estêvão foi escolhido com outros seis para o serviço da comunidade. Lucas não dá o nome de “diáconos” aos eleitos mas é repetida a palavra serviço (diakonía) dali que a tradição da Igreja os considere modelos. Estes provinham do grupo dos helenistas, judeus que tinham vivido fora da Palestina, haviam adoptado certa cultura grega e dispunham em Jerusalém de sinagogas particulares, onde a Bíblia era lida em grego. O texto distingue Estêvão dos outros pelas suas capacidades dialécticas e fascínio espiritual: “homem cheio de fé e do Espírito Santo (...) cheio de graça e de poder, operava prodígios e grandes sinais entre o povo” (6, 5.8).
Ele é o representante da linha aberta e progressista do novo movimento que entra em conflito com o judaísmo de Jerusalém. Ligado como está ao ambiente helenístico e ao judaísmo da Diáspora, a sua posição inovadora choca com os tutores das instituições judaicas, o templo e a lei (6, 8-15). Este conflito oferece-lhe a ocasião para um solene discurso diante do Sinédrio, um amplo debate bíblico-teológico que deve justificar a nova linha autónoma do movimento cristão (7, 1-53).
Estêvão é condenado e toma a figura do mártir, o primeiro mártir da Igreja, que como Jesus afronta a morte violenta, modelo ideal do cristão fiel e corajoso, que prolonga o destino de Jesus (7,54-8,4). Lucas acentua por duas vezes (7,59-60) a semelhança entre Estêvão moribundo e Jesus em sua paixão.
A importância desta figura radica em que é com Estêvão que se produz o ponto de transição do Evangelho, ultrapassando as fronteiras de Jerusalém e começando a espalhar-se pelo Mundo. Da perseguição nasce, paradoxalmente, a missão cristã como abertura, impulso e testemunho corajoso a novos destinatários (8, 1-4). A partir do seu martírio, o cristianismo deixa de ser uma seita interna do judaísmo e inicia o seu caminho na historia (11, 19-21).

segunda-feira

PERSONAGEM – DIÁCONO FILIPE

Act 6, 5

Act 8, 5-8. 12-13 . 26 – 40

Act, 21, 8

Filipe surge-nos no capítulo 6 do livro dos Actos como sendo um dos sete diáconos instituídos e provavelmente helenista. Com certeza era tido entre a comunidade como de “boa reputação, cheio do Espírito e de sabedoria” (Act 6, 3), requisitos estes necessários para esta função. O realce dado a ele no contexto dos sete é mais um factor a demonstrar a posse de tais virtudes. Também o facto de realizar grandes milagres entre o povo da Samaria prova que era um homem cheio do Espírito Santo. Tinha, também, uma grande dedicação ao anúncio do Evangelho, conseguindo conversões e baptismos em massa, principalmente na Samaria (tanto de homens como de mulheres – Act 8, 12). Na conversão do eunuco etíope revela-se de forma esplêndida essa ligação de Filipe com o Espírito Santo através de locuções e até do seu arrebatamento escrito pela mesma expressão que no caso de Elias, o grande profeta do Antigo Testamento (Act, 8, 39). Revela-se, com efeito, uma personagem de eleição neste tempo. Pela explicação dada ao eunuco revela que é um homem com conhecimento das Escrituras. Com grande sentido missionário, evangeliza outras povoações até Cesareia onde é encontrado por Paulo. Revela-se assim de uma mentalidade aberta, entrando tanto em terra de judeus como gentios. Aqui Filipe mostra-se muito hospitaleiro (oferecendo a sua casa durante bastantes dias) e dado que possuía quatro filhas virgens profetizas, também revelava que era um pai bastante zeloso de uma educação cristã profunda e autêntica. Isso fez com que perante a sua família desse frutos abundantes, como por exemplo a profecia (Act 21, 8).

Personagem: Barjesus

A personagem Barjesus aparece-nos pela primeira vez em (Actos 13,4-12). Pois bem, este relato narra-nos a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé à ilha de Chipre. Ora, a primeira palavra do relato é dirigida ao Espírito Santo em (Actos 13,4), como sabemos aparece-nos Actos como um grande impulsionador da Igreja, da sua Igreja. Portanto, podemos dizer que são enviados pelo o próprio Espírito Santo a evangelizar a ilha de Chipre. Neste relato Lucas demonstra um gosto imenso e interesse pelos contextos históricos. Por outro lado, Ele revela um grande conhecimento do mundo. Assim, com as suas indicações geográficas podemos observar claramente um itinerário das viagens de Paulo. É Chipre, a pátria de Bernabé (Actos 4,36). É uma das grandes ilhas do Mediterrâneo juntamente com a Sicília, Sardenha, Corsega e Creta. Certamente, a mais oriental de todas, localizada entre a costa sul da Anatólia e a costa Mediterrânica do médio Oriente. Por fim, podemos dizer que geograficamente pertence à Ásia. Embora, culturalmente e historicamente seja um misto de elementos europeus e asiáticos. Em conclusão, era uma das regiões que contava com a mais alta percentagem de população judia. Finalmente, termino com (Rm 1,16) "EU não me envergonho do Evangelho, pois ele é poder de Deus para a Salvação de todo o crente, primeiro o judeu e depois o grego. Pois nele a justiça de Deus revela-se através da fé, para a fé, conforme está escrito: O justo viverá da Fé".

Personagem: Silas

Textos:
15, 22-23
Então, os Apóstolos e os Anciãos, de acordo com toda a Igreja, resolveram escolher alguns de entre eles e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé. Foram Judas, chamado Barsabas, e Silas, homens respeitados entre os irmãos. E mandaram a seguinte carta por intermédio deles…»

15, 32-34
«Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e fortaleceram os irmãos com um longo discurso. Ao fim de algum tempo, receberam dos irmãos a paz da despedida, regressando para junto dos que os tinham enviado. Silas, porém, resolveu ficar ali, e Judas partiu sozinho para Jerusalém».

15,39-49
«Seguiu-se uma discussão tão violenta (entre Paulo e Barnabé) que se separaram um do outro e Barnabé tomou Marcos consigo, embarcando para Chipre. Por seu turno, Paulo escolheu Silas por companheiro e partiu, recomendado pelos irmãos à graça do Senhor».

16, 4-8
Nas cidades por onde passavam, transmitiam e recomendavam aos irmãos que cumprissem as decisões tomadas pelos Apóstolos e pelos Anciãos de Jerusalém.
Dessa forma, as igrejas eram confirmadas na fé e cresciam em número, de dia para dia.
Paulo e Silas atravessaram a Frígia e o território da Galácia, pois o Espírito Santo impediu-os de anunciar a Palavra na Ásia.
Chegando à fronteira da Mísia, tentaram dirigir-se à Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu.
Atravessaram, então, a Mísia e desceram para Tróade.».

16,16-17
«Um dia, quando íamos à oração, encontrámos uma serva que tinha um espírito pitónico e dava muito lucro aos seus senhores, exercendo a adivinhação. Começou a seguir Paulo e a nós, bradando: «Estes homens são servos do Deus Altíssimo e anunciam-vos o caminho da salvação.»
16,19-24
«Mas os senhores da escrava, vendo desaparecer a esperança do lucro, apoderaram-se de Paulo e de Silas e arrastaram-nos até à praça pública, à presença dos magistrados. Apresentando-os aos estrategos, disseram: «Estes homens espalham a desordem na nossa cidade; são judeus, e apregoam usos que não nos é permitido a nós, romanos, nem admitir nem praticar.» A multidão amotinou-se contra eles; e os estrategos, arrancando-lhes as vestes, mandaram-nos açoitar. Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, lançaram-nos na prisão, recomendando ao carcereiro que os tivesse sob atenta vigilância. Ao receber tal ordem, este meteu-os no calabouço interior e prendeu-lhes os pés no cepo.»

16,25
«Cerca da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus, e os presos escutavam-nos»

16,29-32
«O carcereiro pediu luz, correu para dentro da masmorra e lançou-se a tremer, aos pés de Paulo e de Silas. Depois, trouxe-os para fora e perguntou: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?» Eles responderam: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo tu e os teus.» E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, assim como aos que estavam na sua casa»

16,40
«Ao saírem do cárcere, Paulo e Silas foram a casa de Lídia e, vendo os irmãos, fizeram-lhes as suas recomendações e partiram».

17,4
«Alguns deles ficaram convencidos e reuniram-se a Paulo e Silas, bem como grande número de crentes gregos e muitas mulheres de categoria social»

17,10
«irmãos fizeram com que Paulo e Silas partissem imediatamente, de noite, para Bereia. Ao chegarem, dirigiram-se à sinagoga dos judeus»

17,13-15
«Mas, quando os judeus de Tessalónica souberam que Paulo também anunciava a palavra de Deus em Bereia, foram lá provocar a agitação e a discórdia entre o povo. Os irmãos convenceram Paulo a partir em direcção ao mar. Quanto a Silas e a Timóteo, ficaram lá. Os que acompanhavam Paulo levaram-no a Atenas e regressaram, incumbidos de transmitir a Silas e a Timóteo a ordem de irem reunir-se a Paulo o mais rapidamente possível.
18,5
«Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedónia»

Descrição:
Silas foi enviado pelos anciãos de Jerusalém a Antioquia para acompanhar Paulo e Barnabé, juntamente com Barsabas, depois do chamado 1º Concílio ou Assembleia de Jerusalém,. Estes foram encarregados de levar a resposta aos «irmãos» de Antioquia, Síria e Cilícia, sobre as conclusões do Concilio.
Ao que parece era uma pessoa respeitada e tida como profeta, e que sabia fortalecer os demais com as suas palavras.
Silas foi companheiro de Paulo, depois da separação de Paulo e Barnabé, na sequência de uma discussão. Paulo e Silas anunciavam a palavra do Senhor a muitos de origem pagã.
Viajaram pela região da Macedónia a anunciar a Boa-Nova. Também as mulheres ouviram a suas palavras e Lidía, uma delas, converteu-se. Também realizaram alguns milagres, pelos quais Silas e Paulo foram presos.
Também andaram por Tessalónica a pregar aos judeus nas sinagogas. Paulo depois partiu. Silas e Timóteo ficaram lá, até receberam um recado para se juntarem a Paulo em Atenas.
Silas, ao que parece, era uma pessoa de oração, audaz no seu discurso, e juntamente com Paulo passaram dificuldades pela pregação de Jesus ressuscitado.

Jesus Cristo: a personagem.

Decidi escolher não “uma” personagem mas “a” personagem: Jesus. Ele aparece nos onze primeiros versículos do livro (Actos 1, 1-11), no prólogo e na narração da Ascensão, correspondentemente, e na visão de São Paulo a caminho de Damasco (Actos 9, 3-6). No entanto, podemos dizer que enquanto nestes textos se fala de Jesus de forma directa, na restante obra Ele é uma espécie de “personagem indirecta”. Como exemplo desta presença latente, apresento a visão de Estêvão, na qual Jesus aparece à direita de Deus (Actos 7, 56).

Nesta “presença ausente”, que irrompe na narrativa e se manifesta de formas e intensidades diferentes, joga-se a relação da personagem Jesus com a personagem do Espírito Santo. Podemos dizer que formam uma mesma personagem, com duas formas de estar em cena? Na verdade, o Espírito que guia os apóstolos é sempre o Espírito de Jesus, e este, apresenta-se sempre ligado ao Espírito Santo, como vemos nas afirmações que Jesus diz no princípio da obra, nas quais encontramos sempre essa referência:
“João baptizava em água, mas, dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.” (…) “Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.” (Actos 5. 7-8)

Jesus aparece também no relato da conversão de São Paulo. Jesus ao afirmar “Eu sou Jesus, a quem Tu persegues” (Actos 9, 5), revela um aspecto seu muito específico, que o torna uma personagem com um “estatuto” diferente das outras: o facto de ser uma personagem em várias personagens, com uma acção disseminada nas acções destas. Desta forma, Ele é o protagonista, por ser o ponto que impulsiona e para onde se dirige toda a acção e todas as outras personagens, mas também o “protagonizante”, aquele que lhes confere consistência pessoal na medida em que lhes dá identidade ao identificar-se com elas. É, deste modo, uma personagem em estreita relação com o Espírito Santo mas também, e em moldes diferentes, com os apóstolos ou “cristãos”.

Timóteo

Timóteo:
16,1-4
17,14-15
18,5
19,22
20,4
Timóteo é uma personagem pouco desenvolvida nos Actos dos Apóstolos, embora seja mencionado várias vezes. Em 16,1 é descrito como "filho de judia crente e pai grego" e 20,4 diz-nos que provém da província da Ásia. Timóteo acompanhou Paulo nas suas viagens e foi circuncidado no início do seu discipulado, por ter pai grego. Quando Paulo foge para Atenas em 17,15, Timóteo fica em Tessalónica com o pedido de orar e de ir ter com Paulo o mais rapidamente possível. Até o fim do capítulo Timóteo vai a Macedónia três vezes: Em 18,5 encontra-se com Paulo em Macedónia onde Paulo "entregou-se à pregação" e em 19,22 e 20,4 acompanha Paulo de novo à Macedónia.

A EXCELÊNCIA DO MARTÍRIO: ESTÊVÃO, O CRISTÃO ATÉ AO FIM

Esta personagem aparece referenciada nas seguintes passagens: 6, 5-9; 7, 59; 8,2; 11, 19; 22, 20.
Estêvão – cristão helénico – surge no livro dos Actos como um homem de grande fé. Foi escolhido para o serviço dos seus irmãos de origem helénica.
A sua cultura grega permitia-lhe articular o pensamento grego com a fé cristã de maneira tão eficaz, que era difícil para os adversários conseguirem refutá-lo. A sua pregação era, por isso, bastante convincente: o livro dos Actos salienta que estava cheio de graça e de força (frutos da acção do Espírito).
Perante as ameaças com que foi injustamente acusado, é de frisar a serenidade e a calma com que as enfrentava e suportava. No Sinédrio, aquando do interrogatório, esta personagem não se envergonha da fé em Cristo. Pela segunda vez, o “génio” de Estêvão vem ao de cima: o percurso por ele traçado – desde o Antigo Testamento até ao cumprimento das promessas de Deus em Jesus Cristo – culmina com a censura aos judeus por testemunharem falsamente contra Jesus e por serem responsáveis pela sua morte.
Duas outras características poder-se-iam introduzir no perfil de Estêvão. Em primeiro lugar, a coragem, que o levou a dar testemunho público da sua fé; em segundo lugar, uma inabalável confiança, que o levou a não ter receio de enfrentar as consequências desse belíssimo testemunho.
A rede de relações desta personagem compreende, naturalmente, a comunidade cristã helénica (para a qual ele foi escolhido para o serviço diário), mas possivelmente os outros eleitos nesse serviço, os habitantes de Jerusalém (alvo das suas pregações), os chefes do povo e autoridades máximas do Sinédrio.

Personagem dos Actos dos Apóstolos

A personagem que escolhi é Filipe, o diácono. Ele faz parte dos sete diáconos escolhidos dos cristãos helenistas o seu nome aparece doze vezes: em At 6, 5; 8, 6; 8,12; 8, 26; 8, 30; 8, 31; 8, 34; 8, 35; 8, 38; 8, 38; 8, 39 e 8, 40. Estes diáconos foram escolhidos para responder às necessidades crescentes da Igreja nascente, em especial dos cristãos helenistas que se queixavam de que as suas viúvas eram esquecidas na distribuição diária.
Filipe, tal como os outros diáconos é descrito por Lucas como homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Tudo o que podemos dizer para caracterizá-lo é, portanto, a partir da sua acção missionária. Esta é, depois da de Estêvão, a mais descrita de todos os diáconos, o que nos pode revelar até que ponto foi relevante para a propagação do evangelho. Graças a Filipe o evangelho penetra na Samaria, o que quer dizer que o diácono rapidamente percebeu a universalidade do evangelho, sendo a Samaria uma região de judeus considerados hereges. O livro dos actos dos apóstolos diz-nos que muitos se convertiam perante a sua pregação o que leva-nos a supor que, desde muito cedo, Filipe tenha desempenhado um papel central nos primeiros tempos de evangelização.
O episódio mais destacado pelo livro é o da conversão do Eunuco. Neste, o diácono expõe a Boa Nova a partir das Sagradas Escrituras ao etíope que acaba por pedir o baptismo. Desta passagem podemos deduzir que Filipe, para além de ser versado nas Escrituras, era um homem especialmente escolhido por Deus, o qual lhe envia um anjo para lhe dizer o que tem de fazer e, no final do relato, o arrebata.

Resumo do livro dos Actos dos Apóstolos

Depois de dar as últimas indicações, Jesus, é elevado aos céus diante dos apóstolos. Estes reunidos com Maria, procedem à substituição de Judas Iscariotes. Em seguida estando cento e vinte reunidos e sendo o tempo de Pentecostes desceu sobre todos o espírito Santo e começaram a anunciar a Boa Nova. Perante o anúncio muitas pessoas se convertem, fortalecida a primeira comunidade mostra-se assídua “à comunhão fraterna, a fracção do pão e às orações”. Os apóstolos vão também fazendo milagres, confirmando o seu anúncio. Ao mesmo tempo são perseguidos pelas autoridades do tempo achando-se felizes por poderem sofrer em nome de Jesus. Rapidamente o número dos convertidos aumenta e também a perseguição, culminando na primeira morte de um cristão: Estêvão, que é apedrejado e à qual assiste Saulo. De Jerusalém a pregação estende-se, através de Filipe, para a Samaria aonde a Boa Nova é acolhida com entusiasmo. O anúncio da Boa Nova prossegue e Pedro anuncia pela primeira vez aos gentios, depois de ser iluminado por uma visão de que Deus não faz acepção de pessoas. Os que se dispersaram depois da morte de Estêvão fundam a comunidade de Antioquia. Saulo encontra-se com Jesus ressuscitado a caminho de Damasco e converte-se passando a chamar-se Paulo, com Barnabé evangelizam toda a Ásia Menor e a Grécia anunciando primeiro aos Judeus, nas sinagogas e depois aos gentios. Diante da polémica sobre a circuncisão é decido no concílio de Jerusalém que não se deve impor essa obrigação aos não Judeus. Paulo que entretanto prossegue a sua missão evangelizadora e é preso em Jerusalém, apelando à cidadania romana e a César é levado para Roma. Aí toma contacto com os judeus da cidade onde permanece durante dois anos.

Personagem: Apolo

Apolo
O seu nome é referido apenas duas vezes nos Actos dos Apóstolos, em 18,24 e 19,1; sabemos por todo o período compreendido entre estes dois versículos que era um «judeu, natural de Alexandria», «eloquente e conhecedor profundo das Escrituras»; que «era instruído no caminho do Senhor», mas conhecia «somente o baptismo de João».
Mesmo assim, ensinava com ousadia e diligência «as coisas do Senhor», em particular na sinagoga de Éfeso. Foi aí que o escutaram Priscila e Áquila, discípulos de Paulo, os quais «lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus». De Éfeso foi para a Acaia, onde «com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo», ajudando muito, deste modo, os crentes dessa região, em particular os da cidade de Corinto.

David Pernas, n.º 110101041

domingo

Actos

Personagem principal S. Pedro.
Pedro é uma personagem muito fundamental entre outras, sobretudo pela forma da sua conversão e também pelo modo como ele anuncia a boa nova de Cristo através do poder do Espírito Santo. Ora, é a partir do poder do Espírito Santo que ele fará com que os doentes sejam, corados e os coxos tornem andar e os cegos recuperem a vista.
O capítulo 9, 32 apresenta-nos a cura realizada por Pedro em Lida; o homem curado chamava-se Eneias e Pedro diz: “Eneias, Jesus Cristo te cura! levanta-te arruma teu leito”. Temos aqui o poder do Espírito Santo. Capítulo 10, 1-34 e 36-43; 15, 8-10 Pedro fala-nos também da presença do Espírito Santo. Portanto, é Jesus que torna possível a cura.
Por outro lado, digamos que Pedro tem também uma certa ligação com Paulo não só pelo modo como apresentam Jesus, mas também pelo poder que lhes é dado por Deus através do seu Espírito. Porque antes de tudo, é o Espírito de Deus que cura que constrói a própria comunidade ou seja tudo é fruto do Espírito de Deus. O homem é servidor, é mensageiro.
Capítulo 16, 16-18 “Em nome de Jesus Cristo, eu te ordeno que te retires dela”. Temos aqui o poder de Jesus por meio do seu Espírito. e no versículo 29 do mesmo capítulo temos ainda a conversão do carcereiro, Paulo disse a ele: “cré no Senhor e serás salvo tu e a tua casa”.
Na verdade, tanto Pedro como Paulo, têm a preocupação de anunciar a boa nova Jesus Cristo ressuscitado, de maneira que muitos se converteram, muitos ficaram curados das suas enfermidades e outras situações existenciais e espirituais.

Lisboa, 30 de Setembro 2007
O livro dos Actos dos Apóstolos trata-se fundamentalmente de dois temas fundamentais: “missão de Pedro” (dos capítulos 1-12) e “missão de Paulo” (dos capítulos 13-28). Todavia, o livro começa com um pequeno prólogo onde o autor dá-nos a entender de que já tinha escrito algo, anteriormente, acerca de Jesus e que, por conseguinte, narra a história da pequena comunidade que se tinha acabado de nascer, desde Pentecostes, guiada pelo Espírito Santo, até chegar a Roma com Pedro e Paulo.
Pedro leva o evangelho de Jerusalém à Judeia e à Samaria, chegando até a conversão marcante do primeiro pagão, baptizado, Cornélio (Act 10,1-11), o que abriu a porta da Igreja para os não judeus. Paulo promove a evangelização dos gentios mediante três viagens missionárias de grande importância. O capítulo 15 é a ligação entre as duas partes do livro, mostrando Pedro e Paulo juntos em Jerusalém, no ano 49, no importante Concílio de Jerusalém, que aboliu a circuncisão e reconheceu que o Reino de Deus é para toda a humanidade.
Arlindo Tavares