quarta-feira

A Carta de Tiago

A Carta de Tiago

Na Carta de Tiago encontram-se muitas coisas acerca da prática cristã. Podemos mesmo chamar a carta de Tiago, “a carta das obras” porque se trata do comportamento cristão quotidiano.

Os destinatários desta Carta são “as doze tribos da Dispersão” (1,1) mas não seriam nem os judeus da emigração fora palestina, nem os cristãos em geral, dispersos pelo mundo. A designação de as doze tribos de Israel é simbólica. Seriam os judeo-Cristãos da Diáspora, embora sem excluir outros cristãos em contacto com Tiago. Foi escrito posterior ao ano 60 e o contexto seria um contexto da Síria.

Na carta de Tiago a fé é vista como um dinamismo que produz acções e que só é madura quando se exprime em actos concretos. Isto é claro no versículo 2,22. A carta de Tiago procura mostrar que a verdadeira sabedoria se exprime pelo comportamento que temos diante das situações. Podemos ver este aspecto no versículo 3,13 “existe alguém entre vós que seja sábio e entendido? Mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria”.

Na carta de Tiago podemos ver uma relação íntima do crescimento biológico com a maduração psicológica, humana e espiritual. A maturidade humana baseia-se na capacidade de governar a própria vida e entrar em relação com os outros de uma forma responsável. Podemos dizer que a pessoa madura é a pessoa que sabe enfrentar o dia a dia. Sabe encaminhar as emoções e tem um equilíbrio no seu agir.

O acolhimento de sabedoria do alto/Deus é um aspecto imprescindível na carta de Tiago. Podemos ver isto nos versículos 3,16-18. “Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz”. Uma colheita de Justiça é a santidade, a conformidade com Deus e a sua palavra, manifestada nas obras, como reflexo de autêntica sabedoria.

Daivadas Vazhappillil Thomas

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