segunda-feira

Filipe no projecto de integração

Para entender a importância que tem o meu personagem, o diácono Filipe, no conjunto do relato do Actos dos Apóstolos é preciso antes ter em conta o objectivo do autor ao escrever este livro. Este pretende fazer uma cristianogénese, onde narra o nascimento e expansão do cristianismo nascente, não pretende descrever os factos “tout-cour”, mas fazer uma história poética, sobre a fundação do cristianismo. Ele faz isto levando o leitor a viajar de Jerusalém onde o cristianismo nasceu, no seio do judaísmo até Roma onde o cristianismo veio a implementar-se de maneira decisiva, no meio do paganismo.
Filipe faz parte dos sete diáconos escolhidos para responder a algumas “murmurações” que surgiram no seio dos helenistas, ele próprio era helenista. Os helenistas eram judeus da diáspora que se tinham helenizado e que em Jerusalém tinham sinagogas próprias e inclusivamente a torah em grego. Estes judeus poderiam caracterizar-se por uma maior abertura cultural e intelectual às ideias do tempo. Neste sentido o diácono que é helenista está mais apto para anunciar a Boa-Nova aos gregos, ou seja aos gentios. Aliás ele protagoniza uma etapa importante nesta viagem de Jerusalém a Roma, ao anunciar o evangelho ao eunuco, que fazia parte da corte da rainha de Candace, que se converteu.

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