terça-feira

Uma visão panorâmica da Segunda Epístola de Pedro

II Pedro terá provavelmente sido escrita, por volta dos anos 65 a 67, uns três anos depois da primeira carta. A epístola teria sido redigida pouco antes da morte do apóstolo que, conforme a tradição cristã, teria sido crucificado de cabeça para baixo, durante as perseguições empreendidas pelo imperador Nero. Assim, o local mais provável onde a epístola teria sido escrita é a cidade de Roma.
Os prováveis destinatários da carta seriam a Igreja como um todo, gentios e judeus cristãos espalhados pela Ásia Menor, que seriam as mesmas comunidades da primeira epístola, onde se proliferava o gnosticismo.
O propósito da obra é advertir os cristãos contra os ensinamentos dos falsos mestres, exortando-os a continuar crescendo na fé e no conhecimento de
Cristo.
Sabendo que seria morto pela sua fé, Pedro diz que buscaria meios para que as suas mensagens pudessem continuar a ser propagadas após o seu martírio (2Pe 1, 12-15).
Dividida em três capítulos, a epístola aborda brevemente a certeza sobre o retorno de Jesus Cristo, fazendo uma interessante comparação com o
dilúvio na época de Noé (2Pe 2, 5) onde aparece apenas como um castigo, porém na 1Pe 3, 20-21 surge também como figura do baptismo.
Ao final, Pedro recomenda que o cristão deve esperar o retorno de Jesus, viver com rectidão, estudar as Escrituras e buscar o seu crescimento, fazendo uma menção às epístolas de
Paulo, as quais já estariam sendo deturpadas desde aquela época (2Pe 3, 15-16).
Devido às diferenças no estilo textual em relação à primeira epístola, a autoria de II Pedro muitas vezes chegou a ser colocada em dúvida nos primeiros séculos da Igreja, conforme defendia o historiador
Eusébio de Cesareia, já que não fora citada antes de Orígenes no começo do século III.

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