segunda-feira

A mania do “era-uma-vezismo”…

Diria o avô McStory que história, para ser história, deve procurar pôr a mesa para o jantar com o prato do espaço e os talheres do tempo: qualquer que seja a iguaria, caberá sempre na alva porcelana e será sempre partida aos bocadinhos para facilitar a digestão… se for possível inventariar a migalhinha mais giróvaga, melhor ainda. O netinho John News Light acrescentaria que história para ser notícia deve caber à vontade no prato e deve ser temperada com os condimentos em promoção no Così Fan Tutti Shop. Se pedíssemos o balão ao Filias Fogg e viajássemos pelo tempo com aqueles dois compinchas, chegaria o dia em que olharíamos para eles como se de sacos de areia a mais se tratassem.

Servir um Ensopado de Actos dos Apóstolos ao avô seria oferecer-lhe uma indisposição, porque Actos não é crónica, não é um hino à história documentária; dito de outro modo, o que se relata nesse Livro de Viagem[s] não importa tanto ser questionado quanto ao seu valor histórico, mas antes ao que isso significa numa lógica de autocompreensão do cristianismo nascente. O desafio está em o netinho fazer as perguntas certas ao que pode ser notícia. Entendendo a história como integração de acontecimentos numa tese, assumimos um método poético que não descarta nem o mito nem o facto, mas, por outra, recorre à fé e, nela, lê os acontecimentos.

Em Actos vemos tecer a história com um fio de orientação de acontecimentos sem despejar as caixas de histórias da dispensa do avô…

Um comentário:

Cátia Sofia Tuna disse...

ERA UMA VEZ um rapaz chamado António que escrevia posts muito en-graça-dos...