PRIMEIRA CARTA DE PEDRO
A Primeira Carta de Pedro é um dos textos mais importantes do NT para perceber a história do nascimento do Cristianismo. O testemunho que dá das circunstâncias do seu tempo é de extraordinária importância para se conhecer a sociedade do seu tempo.
No começo da Carta, fala-nos dos que «peregrinam na diáspora» (1,1). “Paroikos“(1,1; 1,17; 2,11) define um dos campos semânticos da Primeira Carta de Pedro.
Os “Paroikos” são os estrangeiros, os forasteiros, os que estão fora da sua pátria, não conhecem bem a língua e a cultura do país. Todos sabemos que a migração é um fenómeno dos nossos dias.
Estes “Paroikos” tinham muitas desvantagens no que respeita a direitos em relação aos cidadãos. Havia uma condição de “estranhos”. Creio que este fenómeno ainda acontece nos nossos dias.
Também no AT o “Paroikos”, é estrangeiro. Este substantivo aparece 33 vezes no AT. E o verbo “Paroikeo” aparece 69 vezes no AT.
Fala-se de “Paroikos” a propósito de Abraão: Gn 12,10: "Houve fome naquela terra. Como a miséria era grande, Abrão desceu ao Egipto para aí viver algum tempo".
Também o povo Israelita recorda a sua condição de migrante, errante no Egipto: “Meu pai era um arameu errante: desceu ao Egipto com um pequeno número e ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte e numeroso. Então os egípcios maltrataram-nos, oprimindo-nos e impondo-nos dura escravidão” (Dt 26, 5-6). Eles eram estrangeiros, em terra estranha e sentiam-se privados de direitos.
Por isso, o povo soube acolher no seu seio “Paroikos” e fez leis para defender os estrangeiros: Lv 25,35; Dt 23,8, 21; 24,14).
Ao longo de toda a história de Israel esta categoria de “Paroikos” é fundamental, para perceber a história deste povo e também a dos cristãos.
“Paroikos”: aparece-nos 8 vezes no NT.
Jesus faz-se solidário e assume-se como estrangeiro: “Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo” (Mt 25,35).
Sabemos que esta carta vai dirigida para esse “Paroikos” que sofrem por algum motivo “provações”, mas diante desta situação, Pedro encoraja os cristãos:
“É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo” (1,6-8).
ANABELA RODRIGUES
A Primeira Carta de Pedro é um dos textos mais importantes do NT para perceber a história do nascimento do Cristianismo. O testemunho que dá das circunstâncias do seu tempo é de extraordinária importância para se conhecer a sociedade do seu tempo.
No começo da Carta, fala-nos dos que «peregrinam na diáspora» (1,1). “Paroikos“(1,1; 1,17; 2,11) define um dos campos semânticos da Primeira Carta de Pedro.
Os “Paroikos” são os estrangeiros, os forasteiros, os que estão fora da sua pátria, não conhecem bem a língua e a cultura do país. Todos sabemos que a migração é um fenómeno dos nossos dias.
Estes “Paroikos” tinham muitas desvantagens no que respeita a direitos em relação aos cidadãos. Havia uma condição de “estranhos”. Creio que este fenómeno ainda acontece nos nossos dias.
Também no AT o “Paroikos”, é estrangeiro. Este substantivo aparece 33 vezes no AT. E o verbo “Paroikeo” aparece 69 vezes no AT.
Fala-se de “Paroikos” a propósito de Abraão: Gn 12,10: "Houve fome naquela terra. Como a miséria era grande, Abrão desceu ao Egipto para aí viver algum tempo".
Também o povo Israelita recorda a sua condição de migrante, errante no Egipto: “Meu pai era um arameu errante: desceu ao Egipto com um pequeno número e ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se um povo forte e numeroso. Então os egípcios maltrataram-nos, oprimindo-nos e impondo-nos dura escravidão” (Dt 26, 5-6). Eles eram estrangeiros, em terra estranha e sentiam-se privados de direitos.
Por isso, o povo soube acolher no seu seio “Paroikos” e fez leis para defender os estrangeiros: Lv 25,35; Dt 23,8, 21; 24,14).
Ao longo de toda a história de Israel esta categoria de “Paroikos” é fundamental, para perceber a história deste povo e também a dos cristãos.
“Paroikos”: aparece-nos 8 vezes no NT.
Jesus faz-se solidário e assume-se como estrangeiro: “Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo” (Mt 25,35).
Sabemos que esta carta vai dirigida para esse “Paroikos” que sofrem por algum motivo “provações”, mas diante desta situação, Pedro encoraja os cristãos:
“É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo” (1,6-8).
ANABELA RODRIGUES
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