quarta-feira

Actos como História!


A partir da obra de José Mattoso “A escrita da História” e da sua perspectiva acerca da história, podemos revalorizar o sentido histórico do livro dos Actos dos Apóstolos.
Nos Actos não encontramos uma história “pura” mas vemos uma história na sua diversidade (poética, explicativa e documental). Na verdade, é uma história que tem a ver com a identidade e apresenta um carácter fundacional em que a Igreja diz quem é e para tal recorre à fé e à teologia. No entanto, os Actos são um livro parcial pois o cristianismo dos primeiros séculos é muito maior, plural, extenso… Temos nos Actos uma história de começo ou relato de origem, como afirma Pierre Gilbert. Percebemos então, que se trata de uma história em que o cristianismo se diz e compreende a si mesmo!
É importante que olhemos para os lados e coloquemos esta obra a par de tantas outras que fazem parte da literatura antiga e com quem estabeleceu contacto. Com esta comparação é-nos permitido perceber que em Actos estamos perante uma teologia histórica ou teologia da história pois o autor quis fazer história e teologia em paralelo. Assim, a visão histórica do livro aparece integrada numa visão teológica em que Deus é actor e autor do crescimento da Igreja (Act 2, 47; 11, 21.23). A história do mundo surge como uma história de Salvação! Assim, verificamos que Lucas não conta várias histórias, mas na verdade ele faz história! E uma história original…!

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