Esta personagem aparece referenciada nas seguintes passagens: 6, 5-9; 7, 59; 8,2; 11, 19; 22, 20.
Estêvão – cristão helénico – surge no livro dos
Actos como um homem de grande fé. Foi escolhido para o serviço dos seus irmãos de origem helénica.
A sua cultura grega permitia-lhe articular o pensamento grego com a fé cristã de maneira tão eficaz, que era difícil para os adversários conseguirem refutá-lo. A sua pregação era, por isso, bastante convincente: o livro dos
Actos salienta que estava cheio de graça e de força (frutos da acção do Espírito).
Perante as ameaças com que foi injustamente acusado, é de frisar a serenidade e a calma com que as enfrentava e suportava. No Sinédrio, aquando do interrogatório, esta personagem não se envergonha da fé em Cristo. Pela segunda vez, o “génio” de Estêvão vem ao de cima: o percurso por ele traçado – desde o Antigo Testamento até ao cumprimento das promessas de Deus em Jesus Cristo – culmina com a censura aos judeus por testemunharem falsamente contra Jesus e por serem responsáveis pela sua morte.
Duas outras características poder-se-iam introduzir no perfil de Estêvão. Em primeiro lugar, a coragem, que o levou a dar testemunho público da sua fé; em segundo lugar, uma inabalável confiança, que o levou a não ter receio de enfrentar as consequências desse belíssimo testemunho.
A rede de relações desta personagem compreende, naturalmente, a comunidade cristã helénica (para a qual ele foi escolhido para o serviço diário), mas possivelmente os outros eleitos nesse serviço, os habitantes de Jerusalém (alvo das suas pregações), os chefes do povo e autoridades máximas do Sinédrio.